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ANTUNES D´AURORA
( Brasil – Rio de Janeiro )

 

Valeriano de Oliveira Antunes. Tabelião aposentado (RJ), advogado, três vezes presidente do Lions Clube do Rio de Janeiro – Santa Teresa, membro efetivo do INSTITUTO SANMARTINIANO DO BRASIL, órgão de civismo e cultura patrocinado pelo Governo Argentino, de exaltação do Libertador General San Martin, herói da independência da Argentina e dos países sub-americanos de colonização espanhola, membro da Academia de Letras, Arte e Ciências ALAC – Rio de Janeiro; ex-professor secundário, ex-colaborador de jornais periódicos católicos A CRUZ e A UNIÃO, e da revista RONDA, todos extintos.
Reside em Copacabana, Rio de Janeiro.


ANTOLOGIA DEL ´SECCHI,  2008. Organização Roberto de Castro Del´Secchi.  Rio de Janeiro:  Del´Secchi, 2008.  404 p. 14 x 21 cm  ISBN 85-86494-14-3 
No. 10 253
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda

 

                 REQUIESCAT IN PACE (I)

Á
memória de minha irmã Francisca, que descansa
em paz, à beira de um rio, num lugar deserto.

Neste lugar florido,
            Todo de relva vestido,
Minha irmã descansa em paz:
Ela está na soledade,
Mais leve do que a saudade,
Na leveza de seus ais.

A corrente que desliza,
Descendo ao rumor da brisa,
Não geme e soluça em vão:
Ela chora a desventura
Desta humilde sepultura
Perdida na solidão.

A aurora acordava o mundo.
Ai! O sussurro profundo
Das cinco horas da manhã!
Houve prantos e risadas
Marcando as horas penadas
Da morte de minha irmã.

Morreu nas água do rio,
Onde pálido e sombrio,
Se mira o rosto do dia
— Tendo, por reza, a doçura
Dos soluços que a natura
Lentamente, repetia;

Por mortalha —  um lençol branco;
Por cemitério — o barranco,
todo gramado e sombrio
Por c´rôas — flores silvestres:
As tristes flores campestres,
Colhidas perto do rio.

Escuto a mesma tristeza
Das vozes da natureza,
Nessa trágica manhã:
Tudo chora: — ruge o vento,
Varrendo, passando lento,
Na tumba de minha irmã.

Se deploro, atormentado,
Sobre a campa debruçado
Não gemo e soluço em vão:
Eu lamento a desventura
Dessa humilde sepultura,
Perdida na solidão.


HORAS LENTAS

 
O sino está badalando
E ainda espero por ti.
As vezes das badaladas
São como as ondas magoadas
Das penas que já sofri.
As coisas que vão passando
Me dizem com nostalgia:
— São horas tristes e lentas
Deitada em nuvens sangrentas,
Vai penando a luz do dia.  
O vaqueiro deixa o campo
Deixa a roça o lavrador.
Ficando o caminho estreito,
Eu agasalho no peito
Saudades de meu amor.         
Quisera ser um rochedo
Que não pensa e nem sorri
E nem sabe murmurar:
­- Meu amor, só penso em ti.
Tua ausência está rondando,
Pelo noturno da estrada.
E de olhos postos na curva,
Procuro e não vejo nada.
O dia morre, solene,
As águas descem da fonte,
Em cadência de poesia.
A brisa mansa e serena
Minha gente acaricia.
O pisca-pisca inicia.
Como as lágrimas da fonte,
Que deslizam para o mar,
São os soluços das ondas
que nunca podem parar.
— Assim, meu amor, minh´alma
Não para de soluçar.

Deus ordena à natureza
Cobrir-se de um negro véu;
As estrelas — velas bentas —
Vão se acendendo no céu.
Tudo reza, e em minh´alma,
Nenhuma luz se acendeu.
São horas... A noite nasce,
Quando morre a luz do dia.
Diz o pássaro: — são horas
De langor e melodia”.
“São horas! — badala o sino —
São horas da AVE MARIA !”

Rio de Janeiro, 1951

Antunes D´Aurora

Em 1956, casei-me com minha amada Maria do Carmo (Carminha), a quem ofereço esta poesia, além de outras. Fizemos Bodas de Ouro, celebradas por meu irmão Padre Damião de Oliveira Antunes, o mesmo que celebrou as Bodas de Prata. Ele era o caçula
de uma série de 14 irmãos. O casamento foi celebrado por outro irmão Sacerdote Monsenhor Francisco Waldemar Antunes. Ambos falecidos. Temos 5 filhos e 9 netos.

*
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Página publicada em fevereiro de 2025
 

 

 

 
 
 
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